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JPMorgan Chase transfere participação na Star Entertainment

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O JPMorgan Chase alienou sua participação na operadora de cassino australiana Star Entertainment, de acordo com um documento divulgado hoje (23 de dezembro).

O gigante do banco de investimento detinha anteriormente 5,09% do poder de voto da empresa, conforme observado em documento separado poucos dias antes. O desenvolvimento ocorre no momento em que a Star Entertainment luta com uma série de desafios que impactaram severamente suas operações e desempenho de mercado.

A Star Entertainment, a segunda maior operadora de cassino da Austrália, tem enfrentado uma tempestade de problemas que atingiram a indústria de jogos australiana nos últimos anos.

A empresa, juntamente com o seu maior concorrente, Crown Resorts – agora propriedade da Blackstone – tem sido objecto de múltiplas investigações regulamentares. As investigações centraram-se em alegações de má conduta, incluindo branqueamento de capitais e falhas de governação.

Somando-se ao escrutínio regulatório, a Star Entertainment enfrentou uma queda acentuada na atividade turística e fechamentos prolongados de cassinos devido à pandemia, o que corroeu significativamente seus lucros.

O preço das ações da empresa caiu para mínimos de vários anos, à medida que enfrenta pressões de liquidez e um ambiente operacional cada vez mais desafiador.

Investigações e alegações regulatórias em andamento

A Star Entertainment está sob intenso exame regulatório desde 2022. As autoridades acusaram a operadora de graves falhas de governança, incluindo medidas inadequadas para prevenir a lavagem de dinheiro e permitir operações que contornavam as regulamentações financeiras.

Estas alegações surgiram depois de investigações terem revelado que jogadores de alto valor conseguiram contornar as verificações regulamentares, com os fundos a serem canalizados através de canais opacos, incluindo contas associadas a cartões de débito chineses.

A empresa também foi implicada na não gestão de riscos associados a atividades criminosas. Investigações regulatórias revelaram que a Star supostamente permitia que indivíduos com ligações criminosas jogassem grandes somas em seus cassinos, muitas vezes sob supervisão negligente.

Estas revelações levaram a sanções significativas e à implementação de controlos operacionais mais rigorosos, mas os danos à reputação e à estabilidade financeira da empresa foram profundos.

Ameaças legais ligadas a fraudadores

Numa questão jurídica separada, mas relacionada, os liquidatários que perseguem os bens de Michael Gu, um fraudador corporativo fugitivo, estão se preparando para abrir ações judiciais contra a Star Entertainment e a Crown Resorts.

Gu, que desapareceu em 2020, deixou aos investidores do seu falido Grupo iProsperity perdas de aproximadamente A$391 milhões. Antes de seu desaparecimento, Gu, ao lado de seu associado Harry Huang, teria jogado milhões de dólares no Star Sydney e no Crown Melbourne.

De acordo com The Sydney Morning Heraldos liquidatários planeiam pedir até A$ 71,8 milhões em indemnizações aos dois operadores de casino, argumentando que a actividade de jogo em grande escala era indicativa de branqueamento de capitais.

Espera-se que os processos judiciais afirmem que os casinos não conseguiram detectar ou reportar transacções suspeitas ligadas aos ganhos ilícitos de Gu, permitindo potencialmente a dissipação de fundos que deveriam ter sido salvaguardados para os credores.

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