Esta história aparece em Sportico’s Boletim informativo matinal. Clique aqui para se inscrever e recebê-lo diretamente em sua caixa de entrada.
Os preparativos para a abertura do mercado regulamentado de apostas esportivas no Brasil estão esquentando, já que a Rei do Pitaco, a operadora de fantasy sports dominante no país, obteve sua licença para operar como casa de apostas esportivas, Desportivo aprendeu.
O Rei do Pitaco, ou RDP, foi fundado em 2019 como uma oferta diária de esportes de fantasia no Brasil por Kiko Augusto. É apoiado por cerca de US$ 39 milhões em colocações privadas e capital de risco de investidores, incluindo as empresas norte-americanas Bullpen Capital, D1 Capital e Left Lane Capital e as brasileiras VC Globo Ventures e Kaszek Management, de acordo com dados compilados pela S&P Global Market Intelligence.
“Nosso plano de médio prazo sempre foi ingressar no mercado de apostas esportivas”, disse Augusto por telefone. “Queríamos seguir o mesmo caminho de DraftKings e FanDuel. Nos esportes de fantasia diários, praticamente voamos sozinhos – temos mais de 90% de participação no mercado”, no Brasil.
O lançamento das apostas esportivas no Brasil tem sido complexo. Em 2018, as apostas desportivas foram legalizadas, mas não foi criado nenhum quadro regulamentar, o que levou uma série de operadores de apostas desportivas a criar um “mercado cinzento” offshore. A partir do novo ano, o mercado de apostas esportivas no Brasil será regulamentado, abrindo outro grande mercado para as principais casas de apostas esportivas entrarem no país.
“Se você é uma empresa séria, deseja que esses mercados sejam regulamentados para poder operar em um cenário claro e limpo”, disse Augusto. “É muito mais seguro para você operar, crescer, atender os clientes. Você não tem nenhum prejuízo se o mercado for regulamentado.” A RDP optou por não operar no mercado cinza para manter boas relações com o governo brasileiro, acrescentou. “Somos os mocinhos do mercado.”
Da forma como está, o mercado de apostas no Brasil é bastante fragmentado. A Betano, uma subsidiária da OPAP de capital aberto da Grécia, é a líder de mercado com 23% de participação, seguida pela empresa privada britânica Bet365 com 20%, de acordo com um white paper da OpenBet citando dados da H2 Gambling Capital. A competição promete ficar mais acirrada, com pelo menos 113 empresas solicitando uma licença brasileira, segundo o jornal OpenBet.
É fácil ver por que tantos estão clamando para entrar. Embora não seja uma oportunidade tão grande quanto a dos EUA, as apostas esportivas brasileiras regulamentadas ainda devem ser bastante consideráveis, crescendo para US$ 10 bilhões nos primeiros cinco anos, de acordo com o relatório da OpenBet. . Em comparação, a receita legal de apostas esportivas nos EUA foi de US$ 10,9 bilhões no ano passado, sobre US$ 120 bilhões em apostas, de acordo com a American Gaming Association.
“Tem um enorme potencial, mas não existe um líder de mercado claro, por isso num mercado regulamentado alguém pode estabelecer uma posição realmente boa e começar a impulsionar o mercado”, disse Augusto. Certamente a esperança é que o retorno seja o mesmo seguindo a estratégia de FanDuel e DraftKings da Flutter Entertainment – esses negócios começaram como operadores diários de fantasia e agora controlam juntos cerca de 74% do negócio de apostas esportivas dos EUA. O cofundador e ex-CEO da FanDuel, Nigel Eccles, faz parte do conselho de administração da RDP.
Entre os novos participantes que planejam se mudar para o Brasil está a FanDuel, que comprou 56% do Grupo NSX por US$ 350 milhões em setembro. A NSX opera a Betnacional, que é a quarta líder em participação de mercado no mercado cinza brasileiro. “Há um grande prêmio pelo qual disputar. E nosso foco está em investir para o sucesso futuro, muito semelhante à nossa estratégia que você viu na América”, disse Dan Taylor, CEO Internacional da Flutter Entertainment, em uma teleconferência com investidores em setembro, citando a compra da NSX.
Outras casas de apostas esportivas internacionais, incluindo MGM Resorts, Rush Street Interactive e (pelo menos a partir de fevereiro deste ano) OpenBet do Endeavor Group, disseram aos investidores que também estão pensando em entrar nas apostas esportivas no Brasil.
Mas, assim como o mercado dos EUA, o tamanho do mercado de apostas brasileiro não garante ganhar dinheiro. O Super Group, controlador da marca global de apostas esportivas Betway – que desistiu do mercado esportivo dos EUA este ano – disse a seus investidores que não está interessado no Brasil, dado o afluxo de concorrentes esperado lá. Jason Robins, da DraftKings, disse aos investidores em agosto que a empresa não tem planos de entrar na América Latina, preferindo permanecer focada nos EUA
Augusto, da RDP, acredita que tem vantagem em duas coisas: o aplicativo é uma versão nativa do Brasil, por isso atrai mais naturalmente os brasileiros do que uma casa de apostas esportiva global ou importada, com integração em seu aplicativo dos tipos de estatísticas que os brasileiros adoram ver. A segunda é a base de oito milhões de usuários de esportes fantásticos da RDP, que está ansiosa para que a empresa se expanda para apostas, disse Augusto. “Uma das maiores marcas de mídia daqui lançou uma pesquisa perguntando aos usuários qual era sua marca favorita de apostas esportivas e a Rei do Pitaco ficou em sétimo lugar, apesar de ainda não estarmos apostando em esportes. Temos a marca e é uma marca de apostas esportivas.”
A base brasileira da RDP também ajuda porque os brasileiros são, em grande parte, apostadores unilateralmente: eles adoram apostar no futebol brasileiro e praticamente apenas no futebol brasileiro. “O futebol representa 90%, o e-soccer – caras que jogam FIFA uns contra os outros – é o número 2”, disse Augusto. A NBA ocupa o distante terceiro lugar no Brasil, com a NFL e outros esportes na “segunda camada” de demanda por apostas no país.
“Temos expertise – para ofertas, preços, negociações – porque somos brasileiros e viemos de uma formação fantasiosa”, disse Augusto.
Em duas semanas, a competição começa.